
Eleger Lula presidente do Brasil e representantes dos trabalhadores para a maioria do congresso nacional, nas eleições de 2 de outubro, é a meta da Força Sindical e outras centrais.
Esse foi o tema principal do programa ao vivo do sindicato dos 12 mil servidores estatuários e 6 mil aposentados de Santos (Sindest), pelo Facebook e Youtube, na noite de segunda-feira (18).
O presidente da entidade e coordenador paulista dos sindicatos de servidores federais, estaduais e municipais filiados à central, Fábio Pimentel, foi taxativo: “Fora Bolsonaro, Lula presidente”.
“Muitos não gostam quando falo assim, mas a verdade é que o atual governo quase acabou com os serviços públicos e automaticamente com os servidores por meio de uma reforma administrativa que não vingou”.
Nefastas
reformas
Fábio ponderou que a reforma não foi aprovada pelo congresso nacional por forca da mobilização do funcionalismo em nível nacional e porque 2021 foi ano pré-eleitoral.
“Não fosse isso, teria sido aprovada. E se Bolsonaro for reeleito, a medida será de novo submetida aos deputados, com grandes chances de aprovação, se não renovarmos o congresso”.
O presidente do Sindest tem certeza de que se Lula ganhar, não apresentará projeto semelhante e proporá a revogação de “reformas nefastas” aprovadas nos governos Temer e Bolsonaro.
Conscientizar
os trabalhadores
Ele citou a reforma trabalhista, que retirou direitos dos assalariados e enfraqueceu os sindicatos. Criticou também a reforma previdenciária, que “praticamente acabou com o direito à aposentadoria”.
Fábio disse que, “infelizmente, muitos ainda cultivam a ideia, incutida na ditadura militar, de que sindicalismo e política partidária não se harmonizam. Mas a realidade exige atuação política dos sindicalistas”.
“É nossa tarefa conscientizar os trabalhadores e o povo em geral de que esse governo não pode continuar. E que precisamos de um congresso nacional comprometido com nossas reivindicações”.
‘Só falam
em finanças’
O dirigente salientou que, graças à lei federal complementar 173-2020, os servidores ficaram dois anos sem correção salarial. Segundo ele, os de Santos ficaram três anos nessa situação.
“Desde o governo Temer”, reclamou Fábio, “só falam em finanças. Foram dois desgovernos do ponto de vista social. E assim continuará, com a miséria aumentando, se Bolsonaro for reeleito”.
O diretor de comunicação do Sindest, Daniel Gomes, complementou o raciocínio do presidente: “Temos que tirar Bolsonaro. Não podemos ficar alheios à conjuntura política nacional”.
Lutas
sindicais
E continuou: “Como as leis são votadas, aprovadas ou recusadas no congresso nacional, temos que ter representantes dos trabalhadores na câmara e senado”.
Herbert Passos, coordenador da FS na baixada, litoral e vale do Ribeira, também destacou a necessidade dos trabalhadores elegerem deputados e senadores comprometidos com as lutas sindicais.
“Todos os direitos legais dos assalariados surgiram da influência do movimento sindical sobre os congressistas”, disse Passos, que é presidente do sindicato dos químicos da região e dirigente nacional da FS.
Projeto de
reconstrução
“Cada classe social vota em candidatos de sua classe”, observou o sindicalista. “Portanto, devemos votar nos nossos candidatos e não naqueles que representam os empresários”.
O presidente da central no estado de São Paulo, Danilo Pereira da Silva, também participou da ‘live’ e falou sobre o documento que Lula recebeu da FS, CUT, CTB, UGT, NCST, Intersindical e Pública.
Foi na capital paulista, semana passada, quando Lula afirmou tratar-se não de uma pauta reivindicatória, mas, na verdade, de um projeto de governo para reconstrução nacional.
História e
experiência
Danilo, que é vice-presidente da federação estadual dos trabalhadores na indústria química e farmacêutica (Fequimfar), explicou a origem do documento e falou sobre sua importância.
As sugestões dos sindicatos para Lula foram aprovadas no congresso nacional da classe trabalhadora (Conclat), em março, que contou também com a participação da central CSB.
Além da questão nacional, os debatedores da ‘live’ abordaram a atuação da FS na região, que, para Danilo, representa “muita experiência e história de um sindicalismo autêntico”.
Perfil
aglutinador
Passos destacou o “perfil aglutinador” do Sindest em relação aos sindicatos dos servidores de Guarujá, Praia Grande, São Vicente e agora até de Peruíbe e Mongaguá, que, segundo ele, se aproximam da FS.
“É impressionante como os sindicalistas das diversas categorias, e não apenas de servidores, se sentem à vontade para conversar com Fábio e articular lutas trabalhistas na região”.
Daniel lembrou que os servidores estatutários de Santos formam a maior categoria de trabalhadores da baixada e litoral. E elogiou o trabalho de Fábio na coordenação do sindicalismo dos servidores no estado.
Força
conjunta
Fábio, por sua vez, agradeceu aos elogios e disse que a presença do Sindest na FS “dá à categoria melhores condições de negociar com a prefeitura com mais vigor e esteio”.
“Com os sindicatos organizados numa central forte como a nossa, os interlocutores nas negociações sentem-se diante não de uma entidade isolada, mas de uma força conjunta”, disse o presidente do Sindest.
Convidado, o secretário-geral da executiva nacional da FS, João Carlos ‘Juruna’ Gonçalves, confirmou presença mas não pôde participar por causa de uma gripe inesperada.
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